quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Desabafos

Está a ser um mês complicado (como era previsível).

Janeiro sempre foi um mês longo. Não sei se por ser o primeiro do ano, se por ainda estarmos a ressacar das festas de dezembro, se devido às nossas actividades profissionais que têm um pico na viragem do ano.

Há muito que não tinha um horário tão incerto (quando iniciei a minha vida profissional, passei largos meses/anos em que só ía dormir a casa - a vida encarregou-se de me ensinar que o trabalho não é tudo, da pior forma). Depois de ter sido Mãe, obrigo-me a chegar a horas, como sempre o fiz, e a sair a horas, que era o que não fazia, de forma negativa para a vida familiar, sanidade mental, etc.

Este mês foi raro sair às 18. Trabalhei fins de semana. É normal nesta fase. Se tinha saudades? Confesso que sim. Há muito que não sentia a pressão de ter as coisas prontas para ontem. O friozinho na barriga por, finalmente, ver o resultado de longos meses de trabalho. É quase como se nos tivesse a nascer mais um filho.

Daqui a pouco tempo entrego este "filho" a outros e vou começar a elaborar um novo (o desafio que me lançaram no início do ano e que me vai fazer sair um pouco da minha área de conforto). E vai ser o mais desafiante de todos os que tenho tido ao longo destes quase 15 anos de trabalho.

Mas não é tudo!

Os Filhos! Os que saíram de dentro de mim. Os que carreguei quase 9 meses dentro do meu ventre. Os que amamentei até eles não quererem mais. Os que mudei fraldas infinitas, dei banho, mudei roupas fora de horas, dei colo quando doentes.

Eles andam a dar mostras que sentem a falta da rotina que temos. A Mãe é que os levava e os ía buscar. A conversa ao fim do dia para saber como correu o dia, o que aprenderam, as zangas com as suas-mais-que-tudo, o beijo, o abraço arrancado à pressa. E eu tenho falhado nisto tudo e muito mais. E chego a casa cansada e com muito pouco paciência, chego fora de horas e entro em stress quando conto encontrá-los na cama e ainda estão acordados. E que ainda há dúvidas nos trabalhos de casa. E eles querem contar sempre mais uma coisa, querem dar mais um beijo, querem adiar mais um pouco a hora de deitar e eu faço finca pé. E eles choram porque querem contar só mais uma coisa.

Fevereiro começa já amanhã. Espero que com a mudança do mês, consigamos voltar à rotina.

Sei que tenho muita sorte pelo Marido/Pai/Companheiro/Amigo que me tem ajudado sem reclamar (também ele  atolado de trabalho). Sei que há Mães que não tem a oportunidade de aproveitar o tempo que há com os seus Filhos. Há histórias de vida bem piores que a minha. Mas custa-me imenso (por ter vivido assim durante toda a minha adolescência/início da idade adulta) estar tão perto deles e não poder dar o tempo que eles têm de ter.

Mas como tristezas não pagam dívidas, amanhã será um dia melhor.  É sempre este o meu lema.

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